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Regularização de Imóveis junto à Prefeitura: Guia Completo 2025

Regularização de Imóveis junto à Prefeitura Passo a Passo Completo
Advogado Imobiliário
Apoio jurídico em questões imobiliárias
Indice

Ter um imóvel irregular é como dirigir sem carteira de habilitação: você pode até conseguir por um tempo, mas os riscos são enormes e as consequências podem ser muito caras. A regularização de imóveis junto à prefeitura é o processo que coloca sua propriedade em conformidade com as normas municipais de construção.

Muitos proprietários descobrem que seus imóveis têm irregularidades apenas quando tentam vender, financiar ou fazer uma reforma. Mas essa situação tem solução, e existe um caminho para resolver.

Neste guia completo, você vai aprender:

  • Como identificar se seu imóvel está irregular
  • Quais documentos são necessários para regularização
  • Passo a passo detalhado do processo
  • Custos envolvidos e prazos esperados
  • Diferenças entre os tipos de regularização
  • Como evitar os erros mais comuns no processo

O Que é Regularização de Imóveis junto à Prefeitura

A regularização de imóveis é o processo oficial que torna uma construção legal perante a prefeitura municipal. É como “batizar” seu imóvel no mundo jurídico, colocando-o em conformidade com as leis locais.

Por Que Alguns Imóveis Ficam Irregulares

Existem várias situações que podem deixar um imóvel irregular:

  • Construções sem autorização: Quando a obra foi feita sem pedir permissão para a prefeitura
  • Ampliações não declaradas: Aquele quarto a mais, garagem ou puxadinho que foi construído depois
  • Falta de certificado de conclusão: Quando a obra foi aprovada mas não recebeu o documento final
  • Divergências na planta: Quando o que foi construído é diferente do que foi aprovado
  • Mudança de uso: Quando um imóvel residencial vira comercial sem comunicar à prefeitura

Principais Benefícios da Regularização

Segurança jurídica: Seu imóvel fica protegido contra multas e notificações.

Valorização do patrimônio: Imóveis regulares valem mais no mercado e são mais fáceis de vender.

Acesso a financiamentos: Bancos só emprestam dinheiro para imóveis regularizados.

Tranquilidade para reformas: Você pode fazer melhorias sem medo de problemas legais.

Tipos de Regularização de Imóveis

Regularização Automática

A modalidade mais simples existe principalmente em São Paulo através da Lei nº 17.202/2019. Funciona para:

  • Imóveis residenciais de baixo e médio padrão
  • Construções isentas de IPTU
  • Obras realizadas até 31 de julho de 2014

Característica: Não precisa fazer nada. A regularização acontece automaticamente.

Regularização Declaratória

Para imóveis residenciais unifamiliares com até 1.500 m² de área construída. Inclui:

  • Residências multifamiliares horizontais e verticais
  • Edificações para habitação de interesse social
  • Edificações de uso misto (comércio, escritórios, pousadas)

Processo: Preenchimento de formulário online com documentos digitais.

Regularização Comum

Para todas as demais edificações com área construída acima de 1.500 m². Exige:

  • Apresentação de documentação completa
  • Análise técnica da prefeitura
  • Projeto assinado por profissional habilitado

Característica: Processo mais complexo e demorado.

Documentos Necessários para Regularização

Documentação Básica do Proprietário

  • RG e CPF: Cópias autenticadas do proprietário
  • Comprovante de endereço: Atualizado e em nome do proprietário
  • Procuração: Se for representado por terceiros

Documentação do Imóvel

  • Escritura pública: Ou documento de compra e venda registrado
  • Certidão do imóvel: Documento atualizado do cartório de registro
  • Carnê do IPTU: Comprovando estar em dia com os pagamentos
  • Certidão negativa de débitos: Municipais e federais

Documentação Técnica

  • Planta baixa atualizada: Assinada por engenheiro ou arquiteto
  • Documento de responsabilidade técnica: Assinado pelo profissional
  • Levantamento topográfico: Quando necessário
  • Laudo técnico: Para obras em áreas de risco ou com alterações estruturais

Documentos Específicos por Modalidade

Para Regularização Declaratória:

  • Formulário online preenchido
  • Documentos digitalizados
  • Declaração de responsabilidade técnica

Para Regularização Comum:

  • Projeto arquitetônico completo
  • Memorial descritivo
  • Comprovante de recolhimento de taxas específicas

Passo a Passo Completo da Regularização

Etapa 1: Diagnóstico da Situação

Tempo estimado: 1-2 semanas

  1. Consulte o cadastro municipal: Verifique a situação do imóvel na prefeitura
  2. Compare com a realidade: Veja se o que está construído bate com o que está aprovado
  3. Identifique as irregularidades: Liste todas as divergências encontradas
  4. Avalie a modalidade: Determine qual tipo de regularização se aplica

Etapa 2: Contratação de Profissional Habilitado

Tempo estimado: 1 semana

  • Engenheiro civil ou arquiteto: Profissional com registro ativo
  • Levantamento técnico: Medição e desenho da situação atual
  • Elaboração de plantas: Conforme normas municipais
  • Emissão de documento técnico: Assumindo responsabilidade técnica

Etapa 3: Reunião da Documentação

Tempo estimado: 2-4 semanas

  1. Organize os documentos pessoais
  2. Solicite certidões atualizadas
  3. Prepare a documentação técnica
  4. Quite débitos pendentes
  5. Digitalize tudo: Para processos online

Etapa 4: Protocolo do Pedido

Tempo estimado: 1 semana

  • Preenchimento de formulários: Online ou presencial
  • Pagamento de taxas: Conforme tabela municipal
  • Envio da documentação: Digital ou física
  • Recebimento do protocolo: Guarde o número para acompanhamento

Etapa 5: Análise Técnica

Tempo estimado: 2-6 meses

  1. Análise documental: Verificação de toda a documentação
  2. Análise técnica: Conferência das plantas e projetos
  3. Vistoria: Quando necessária, agendada pela prefeitura
  4. Exigências: Possíveis solicitações de documentos adicionais

Etapa 6: Aprovação e Finalização

Tempo estimado: 2-4 semanas

  • Aprovação do projeto: Emissão de documento de regularização
  • Pagamento de taxas finais: Se houver
  • Emissão do certificado: Documento de conclusão
  • Atualização no registro: Registro no cartório de imóveis

Custos da Regularização de Imóveis

Taxas Municipais

São Paulo (Lei 17.202/2019):

  • Taxa específica: R$ 10,00 por m² (exceto habitação de interesse social)
  • Preço público: Conforme tabela municipal
  • ISS inicial: Sobre a área a ser regularizada

Outras cidades:

  • Valores variam conforme legislação local
  • Consulte a prefeitura para tabela atualizada

Custos com Profissionais

  • Engenheiro/Arquiteto: R$ 50 a R$ 150 por m²
  • Documento técnico: R$ 100 a R$ 300
  • Advogado: R$ 2.000 a R$ 10.000 (casos complexos)

Custos de Cartório

  • Certidões: R$ 20 a R$ 50 cada
  • Registro: 1% do valor venal do imóvel
  • Outros registros: Conforme tabela do cartório

Estimativa Total

Imóvel pequeno (até 100 m²): R$ 5.000 a R$ 15.000 Imóvel médio (100-300 m²): R$ 15.000 a R$ 40.000 Imóvel grande (acima de 300 m²): R$ 40.000 a R$ 100.000

Prazos de Regularização por Modalidade

Regularização Automática

  • Prazo: Imediato (em São Paulo, desde 1º de janeiro de 2020)
  • Observação: Não depende de ação do proprietário

Regularização Declaratória

  • Análise: 90 a 180 dias
  • Total: 4 a 8 meses
  • Variação: Conforme complexidade e exigências

Regularização Comum

  • Análise: 180 a 360 dias
  • Total: 8 a 18 meses
  • Observação: Pode ser mais longo se houver exigências complexas

Situações Que Impedem a Regularização

O Que Não Pode Ser Regularizado

Nem todos os imóveis podem ser regularizados. Estão impedidos:

  • Imóveis em terrenos públicos: Construções em áreas que pertencem ao poder público
  • Áreas de preservação ambiental: Locais protegidos por lei
  • Faixas de domínio: Áreas reservadas para vias públicas
  • Áreas de operações especiais: Imóveis em locais de intervenção urbana
  • Risco geológico: Construções em áreas de alto risco

Situações Que Dificultam a Regularização

  • Débitos municipais: IPTU, ISS e taxas em atraso
  • Infrações graves: Construções que violam normas de segurança
  • Problemas com vizinhos: Construções que prejudicam propriedades vizinhas
  • Altura inadequada: Construções acima da altura permitida

Diferenças Entre Tipos de Imóveis

Imóveis Residenciais

Características:

  • Processo mais simples
  • Menor burocracia
  • Custos reduzidos
  • Prazos mais curtos

Documentação específica:

  • Declaração de uso residencial
  • Comprovante de ocupação

Imóveis Comerciais

Características:

  • Análise mais rigorosa
  • Verificação de atividade
  • Licenças específicas
  • Normas de segurança mais rígidas

Documentação adicional:

  • Autorização de funcionamento
  • Laudo de bombeiros
  • Licença ambiental (quando necessário)

Imóveis Industriais

Características:

  • Processo mais complexo
  • Análise ambiental obrigatória
  • Normas técnicas específicas
  • Prazos mais longos

Documentação específica:

  • Licença ambiental
  • Projeto de segurança
  • Laudo de ruído
  • Estudo de impacto

Regularização em Diferentes Cidades

São Paulo – Capital

Legislação: Lei nº 17.202/2019 (Lei de Anistia) Plataforma: Meu Imóvel Regular Modalidades: Automática, Declaratória e Comum

Rio de Janeiro

Legislação: Lei Complementar nº 161/2013 Características: Foco em habitação de interesse social Particularidades: Processo específico para favelas

Belo Horizonte

Legislação: Lei nº 11.181/2019 Características: Modalidades simplificadas Diferencial: Processo 100% digital

Outras Cidades

Cada município tem sua legislação específica. Consulte sempre a prefeitura local para:

  • Leis municipais aplicáveis
  • Procedimentos específicos
  • Documentação exigida
  • Taxas e prazos

Erros Comuns na Regularização

Durante o Processo

  1. Documentação incompleta: Não reunir todos os documentos necessários
  2. Profissional inadequado: Contratar quem não tem experiência
  3. Prazos perdidos: Não acompanhar o processo adequadamente
  4. Débitos pendentes: Não quitar impostos e taxas em atraso

Na Contratação

  1. Orçamento sem detalhamento: Não especificar todos os custos
  2. Prazo irreal: Aceitar prazos muito otimistas
  3. Responsabilidade técnica: Não verificar se o profissional está regular
  4. Contrato inadequado: Não definir responsabilidades claramente

Após a Aprovação

  1. Não registrar no cartório: Esquecer de registrar a regularização
  2. Não atualizar o IPTU: Deixar de informar mudanças à prefeitura
  3. Não guardar documentos: Perder comprovantes importantes
  4. Não fazer manutenção: Deixar a documentação desatualizada

Quando Considerar Orientação Profissional

Situações Mais Complexas

Em alguns casos, pode ser necessária orientação profissional especializada:

  • Casos com múltiplas irregularidades: Quando há vários problemas no imóvel
  • Disputas ou contestações: Problemas com vizinhos ou terceiros
  • Débitos elevados: Necessidade de negociação de parcelamentos
  • Negativas da prefeitura: Quando o pedido é indeferido

Importância da Orientação Adequada

A orientação profissional pode ser importante porque:

Conhecimento técnico: Profissionais conhecem as normas e procedimentos Experiência prática: Já conduziram processos similares Redução de erros: Diminui chances de problemas no processo Acompanhamento: Monitora o andamento do processo

Proteja Seu Patrimônio com Regularização

A regularização de imóveis junto à prefeitura é uma medida importante para proteger seu patrimônio. Cada dia que passa com o imóvel irregular representa riscos desnecessários e oportunidades perdidas.

O processo pode parecer complexo, mas com planejamento e os profissionais certos, é possível resolver a situação e ter a tranquilidade de saber que seu imóvel está em conformidade com a lei.

Consulte a situação do seu imóvel na prefeitura, reúna a documentação básica e procure orientação adequada sobre os próximos passos.

Este artigo possui caráter meramente informativo e não constitui aconselhamento jurídico específico. Cada caso possui particularidades que devem ser analisadas por um advogado.


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FAQ - Perguntas Frequentes Sobre Regularização de Imóveis junto à Prefeitura

O prazo varia conforme a modalidade: regularização automática é imediata, declaratória leva de 4 a 8 meses, e comum pode levar de 8 a 18 meses. Os prazos dependem da complexidade do caso e da eficiência da prefeitura local.

Para imóveis pequenos (até 100 m²), o custo fica entre R$ 5.000 e R$ 15.000. Imóveis médios (100-300 m²) custam de R$ 15.000 a R$ 40.000. Imóveis grandes (acima de 300 m²) podem custar de R$ 40.000 a R$ 100.000, incluindo taxas, profissionais e cartório.

Sim, é obrigatório contratar engenheiro civil ou arquiteto habilitado para elaborar as plantas, fazer o levantamento técnico e emitir o documento de responsabilidade técnica. Apenas profissionais com registro ativo podem assinar os documentos técnicos exigidos pela prefeitura.

Não é possível regularizar um imóvel com débitos municipais pendentes. É necessário quitar todas as dívidas de IPTU, ISS e outras taxas municipais antes de dar entrada no processo de regularização junto à prefeitura.

Não. Imóveis em terrenos públicos, áreas de preservação ambiental, faixas de domínio, áreas de operações especiais ou locais de risco geológico não podem ser regularizados. Cada caso deve ser avaliado individualmente conforme a legislação municipal.

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