Como Regularizar Seu Imóvel na Prefeitura de SP: Guia Completo 2025

Você construiu, ampliou ou comprou um imóvel em São Paulo, mas descobriu que algo não está nos conformes com a prefeitura. A boa notícia é que existe uma solução: a Lei de Regularização de Edificações permite que você coloque sua propriedade em dia com o município. Porém, o processo pode parecer complexo e cheio de burocracias que intimidam muitos proprietários.
Portanto, preparamos este guia para esclarecer todos os passos necessários e ajudar você a entender suas opções.
O que você vai aprender neste guia:
- As três modalidades de regularização disponíveis
- Documentos obrigatórios para cada tipo de processo
- Passo a passo completo do início ao fim
- Custos envolvidos e formas de pagamento
- Quando é necessário contratar profissionais especializados
- Respostas para as dúvidas mais frequentes
O Que É Considerado Imóvel Irregular em São Paulo
Um imóvel irregular é aquele que possui construções não aprovadas pela Prefeitura de São Paulo. Isso acontece quando:
- A edificação foi construída sem alvará de construção
- Houve ampliações não declaradas à prefeitura
- O imóvel não possui habite-se
- Existe divergência entre a planta registrada e a construção real
- A propriedade foi construída em área de risco ou preservação
Tipos Mais Comuns de Irregularidades
Irregularidades Totais:
- Imóvel construído inteiramente sem licença
- Edificação em área não edificável
- Construção que desrespeita totalmente o zoneamento
Irregularidades Parciais:
- Ampliações nos fundos não declaradas
- Lajes adicionais construídas posteriormente
- Mudança de uso sem autorização (residencial para comercial)
- Garagens transformadas em cômodos
Por Que Regularizar Seu Imóvel na Prefeitura de SP
Manter um imóvel irregular é como dirigir um carro sem documentos: funciona até você precisar resolver algo oficial. As vantagens da regularização incluem:
Benefícios Jurídicos
- Segurança jurídica completa sobre a propriedade
- Proteção contra embargos e notificações
- Possibilidade de contestar futuras fiscalizações
- Garantia para inventários e sucessões
Benefícios Financeiros
- Valorização do imóvel entre 15% a 30%
- Acesso a financiamentos bancários
- Facilidade para venda ou aluguel
- Possibilidade de usar como garantia em empréstimos
Benefícios Práticos
- Autorização para reformas e ampliações legais
- Emissão de certificados e alvarás
- Regularização do IPTU conforme a realidade
- Tranquilidade para o dia a dia
As Três Modalidades de Regularização na Prefeitura de SP
A Lei nº 17.202/2019 estabelece três formas diferentes de regularizar seu imóvel. Cada modalidade tem regras específicas:
Regularização Automática
Esta é a modalidade mais simples. Não exige documentos nem taxa.
Quem se enquadra:
- Imóveis residenciais de baixo e médio padrão (categorias R, R1 e R2h)
- Proprietários isentos de IPTU em 2014
- Construções realizadas até 31 de julho de 2014
- Valor venal atualizado até R$ 160 mil
Como funciona: O certificado é enviado automaticamente para sua casa. Você não precisa fazer nada.
Regularização Declaratória
Para imóveis residenciais de maior porte e algumas construções comerciais.
Características:
- Imóveis residenciais unifamiliares até 1.500 m²
- Residências multifamiliares até 10 metros de altura
- Edificações de uso misto (comércio, escritórios, pousadas)
- Processo 100% digital pelo Portal de Licenciamento
Documentos básicos necessários:
- Formulário de regularização preenchido
- Declaração assinada por responsável técnico
- Plantas e croquis atualizados
- Comprovante de propriedade
Regularização Comum
Para edificações maiores e casos mais complexos.
Quando se aplica:
- Imóveis com área construída acima de 1.500 m²
- Construções que não se enquadram nas outras modalidades
- Casos que exigem análise técnica detalhada
Características:
- Análise completa pela prefeitura
- Projeto assinado por profissional habilitado
- Possibilidade de exigência de adequações
- Prazo maior para conclusão
Documentos Necessários Para Regularizar Seu Imóvel
A documentação varia conforme a modalidade, mas existe uma lista básica comum:
Documentos Pessoais
- RG e CPF do proprietário
- Comprovante de endereço atualizado
- Procuração (se representado por terceiros)
Documentos do Imóvel
- Escritura registrada ou documento de posse
- Certidão de matrícula atualizada
- Carnê de IPTU dos últimos 5 anos
- Planta baixa e memorial descritivo atual
Documentos Técnicos
- ART ou RRT assinada por engenheiro ou arquiteto
- Plantas técnicas conforme normas ABNT
- Laudo de vistoria técnica
- Comprovante de pagamento das taxas
Para Regularização Comum (Adicional)
- Projeto executivo completo
- Comprovante de recolhimento do ISS
- Taxa específica de R$ 10,00 por metro quadrado
- Estudos complementares (se exigidos)
Como Regularizar Seu Imóvel: Passo a Passo Completo
Passo 1: Verificar a Situação do Imóvel
Acesse o CEDI – Histórico da Edificação no site da prefeitura. Digite o número do contribuinte (SQL) ou endereço para descobrir:
- Se o imóvel está regular ou irregular
- Qual modalidade de regularização se aplica
- Histórico de licenças e aprovações
Passo 2: Definir a Modalidade Adequada
Com base na consulta do CEDI:
Se for Regularização Automática: Aguarde o certificado em casa
Se for Declaratória ou Comum: Continue para o próximo passo
Passo 3: Contratar Responsável Técnico
Obrigatório para modalidades Declaratória e Comum. O profissional deve ter:
- Registro no CREA (engenheiros) ou CAU (arquitetos)
- Experiência em legislação urbana de São Paulo
- Conhecimento do Portal de Licenciamento
Função do responsável técnico:
- Elaborar plantas e projetos conforme normas
- Assinar a ART ou RRT
- Atestar condições de segurança da edificação
- Acompanhar o processo junto à prefeitura
Passo 4: Reunir e Organizar Documentos
Prepare toda documentação necessária conforme sua modalidade. Dica importante: mantenha cópias digitalizadas em alta qualidade, pois o processo é 100% online.
Passo 5: Protocolar o Pedido
Acesse o Portal de Licenciamento da Prefeitura de São Paulo. O sistema permite:
- Upload de documentos
- Acompanhamento em tempo real
- Comunicação direta com os analistas
- Pagamento online das taxas
Passo 6: Acompanhar a Análise
Prazos médios:
- Regularização Declaratória: 30 a 60 dias
- Regularização Comum: 90 a 180 dias
Durante este período, a prefeitura pode solicitar:
- Documentos complementares
- Ajustes no projeto
- Vistoria no local
- Adequações técnicas
Passo 7: Receber o Certificado de Regularização
Após aprovação, você recebe o Habite-se ou Certificado de Regularização. Este documento comprova que seu imóvel está em conformidade com as normas municipais.
Custos da Regularização de Imóveis em SP
Regularização Automática
Custo: Gratuito
Regularização Declaratória
- Taxa básica: Conforme tabela da prefeitura
- Responsável técnico: R$ 2.000 a R$ 8.000
- Documentação: R$ 200 a R$ 500
- Total estimado: R$ 2.500 a R$ 9.000
Regularização Comum
- Taxa específica: R$ 10,00 por m²
- Preço público: Conforme área e uso
- ISS inicial: Percentual sobre o valor da obra
- Responsável técnico: R$ 5.000 a R$ 15.000
- Total estimado: R$ 8.000 a R$ 25.000
Custos Extras Possíveis
- Adequações exigidas pela prefeitura
- Laudos complementares
- Taxas de vistoria adicional
- Honorários advocatícios (casos complexos)
Quando Buscar Orientação Jurídica Especializada
Nem todos os casos exigem acompanhamento jurídico, mas pode ser útil consultar um advogado quando:
Situações Complexas
- Imóvel em área de risco ou preservação ambiental
- Construções muito antigas sem documentação
- Propriedades com disputas de posse
- Casos de herança mal resolvida
Problemas Durante o Processo
- Negativa da prefeitura
- Exigências técnicas de difícil cumprimento
- Necessidade de apresentar recursos
- Conflitos com vizinhos ou condomínio
Benefícios da Orientação Jurídica
- Análise prévia da viabilidade
- Estratégia para casos difíceis
- Recursos administrativos quando necessário
- Orientação sobre direitos e deveres
Prazos e Cronograma do Processo
Cronograma Típico – Regularização Declaratória
Semana 1-2: Contratação do responsável técnico e levantamento de documentos
Semana 3-4: Elaboração de plantas e projeto técnico
Semana 5: Protocolo no Portal de Licenciamento
Semana 6-10: Análise técnica da prefeitura
Semana 11-12: Emissão do certificado (se aprovado)
Cronograma Típico – Regularização Comum
Mês 1: Preparação completa da documentação
Mês 2: Protocolo e análise inicial
Mês 3-4: Análise técnica detalhada
Mês 5-6: Possíveis ajustes e complementações
Mês 6-7: Finalização e emissão do certificado
Principais Erros a Evitar no Processo
Erros de Documentação
- Plantas desatualizadas ou incorretas
- Documentos sem assinatura do responsável técnico
- Certidões vencidas
- Informações divergentes entre documentos
Erros de Estratégia
- Escolher a modalidade errada
- Não verificar impedimentos legais antes de iniciar
- Contratar profissional sem experiência local
- Não acompanhar o processo regularmente
Erros de Timing
- Protocolar próximo ao fim do prazo da lei
- Não responder rapidamente às solicitações da prefeitura
- Deixar documentos vencerem durante o processo
O Que Fazer em Caso de Negativa
Se a prefeitura negar seu pedido de regularização, você pode:
Recursos Administrativos
- Apresentar recurso em primeira instância
- Solicitar reconsideração com documentos adicionais
- Recorrer ao Conselho Municipal de Política Urbana
Adequações Possíveis
- Modificar o projeto conforme exigências
- Realizar obras de adequação necessárias
- Obter licenças complementares
Alternativas Jurídicas
- Ação judicial para garantir o direito
- Mandado de segurança em casos específicos
- Consulta a órgãos superiores (Ministério Público)
A Importância da Lei de Regularização para São Paulo
A Lei nº 17.202/2019 representa um marco na gestão urbana de São Paulo. Seus objetivos incluem:
Benefícios para a Cidade
- Mapeamento real do parque imobiliário
- Aumento da arrecadação de IPTU
- Melhoria no planejamento urbano
- Redução do déficit habitacional formal
Benefícios para os Proprietários
- Oportunidade de regularização
- Procedimentos simplificados
- Custos reduzidos comparado ao processo comum
- Segurança jurídica definitiva
Proteja Seu Patrimônio com Conhecimento
Regularizar seu imóvel na Prefeitura de São Paulo não é apenas uma questão burocrática – é um investimento no seu patrimônio e na sua tranquilidade. Com a Lei de Regularização de Edificações, você tem uma oportunidade de colocar sua propriedade em conformidade legal.
O processo pode parecer complexo, mas seguindo este guia passo a passo, você tem informações importantes para tomar decisões esclarecidas. Lembre-se: um imóvel regularizado oferece mais segurança jurídica e melhores possibilidades de negociação.
Este artigo possui caráter meramente informativo e não constitui aconselhamento jurídico específico. Cada caso possui particularidades que devem ser analisadas por um advogado.
NR Advogados Imobiliários | Apoio jurídico em questões imobiliárias.
FAQ - Perguntas Frequentes Sobre Como Regularizar Seu Imóvel na Prefeitura de SP
Qual o prazo para regularizar meu imóvel pela Lei de Anistia?
O prazo original da Lei nº 17.202/2019 já foi prorrogado algumas vezes. Atualmente, proprietários podem protocolar pedidos, mas é importante verificar no site oficial da prefeitura se ainda há prazo vigente para sua modalidade.
Posso regularizar um imóvel que comprei irregular?
Sim, você pode regularizar um imóvel adquirido irregular, desde que a construção tenha sido realizada até 31 de julho de 2014. O importante é comprovar a propriedade atual através de escritura ou outro documento válido.
Quanto tempo demora para regularizar um imóvel na prefeitura de SP?
O prazo varia conforme a modalidade: Regularização Declaratória leva entre 30 a 60 dias, enquanto a Comum pode demorar de 90 a 180 dias. Processos mais complexos podem estender esses prazos.
É obrigatório contratar arquiteto ou engenheiro para regularizar?
Para as modalidades Declaratória e Comum, sim. É obrigatório ter um responsável técnico registrado no CREA ou CAU para assinar a ART/RRT e elaborar os projetos conforme as normas técnicas.
O que acontece se eu não regularizar meu imóvel irregular?
Imóveis irregulares podem receber notificações, multas e até embargos da prefeitura. Além disso, você terá dificuldades para vender, financiar ou usar o imóvel como garantia, limitando significativamente suas opções.