Como Regularizar um Puxadinho na Prefeitura: Guia Definitivo 2025

Muitos brasileiros sonham em ampliar a casa, e um “puxadinho” parece a solução mais rápida para ganhar um novo cômodo, uma área de lazer ou uma edícula. O problema é que a maioria dessas obras é feita sem autorização, transformando o que era uma solução em um grande risco futuro, com multas e até ordem de demolição.
Por isso, regularizar a construção na prefeitura não é apenas burocracia, mas o único caminho para garantir a segurança, a valorização do seu imóvel e a sua tranquilidade.
Neste artigo, você vai aprender:
O passo a passo completo para legalizar sua obra.
Quais documentos são indispensáveis.
Os profissionais que você precisa contratar.
As consequências de manter um imóvel irregular.
O que é Considerado um “Puxadinho” para a Lei?
Na prática, qualquer alteração que você faz na estrutura original do seu imóvel é vista pela prefeitura como uma nova construção.
Pode ser um quarto a mais, uma garagem coberta, um segundo andar ou até mesmo o fechamento de uma varanda. Se aumentou a área construída que consta na planta original, é preciso de autorização.
Pense no seu imóvel como um documento de identidade. A “foto” oficial dele é a planta aprovada na prefeitura. Se você muda o “visual” (constrói mais um cômodo), precisa tirar uma nova foto e atualizar o documento.
Por que Regularizar o Puxadinho é Essencial?
Manter uma obra irregular pode parecer vantajoso no início, por evitar custos. Mas, a longo prazo, os prejuízos são quase certos.
Ignorar a lei pode trazer consequências sérias, como:
Multas Pesadas: A prefeitura pode aplicar multas contínuas até que a situação seja resolvida.
Embargo da Obra: Fiscais podem paralisar qualquer construção em andamento que não tenha alvará.
Ordem de Demolição: Em casos mais graves, onde a obra desrespeita normas de segurança ou zoneamento, a prefeitura pode exigir que tudo seja demolido.
Impedimento de Venda Financiada: Nenhum banco aprovará um financiamento para um imóvel com área construída irregular, pois a documentação não bate com a realidade.
Desvalorização do Imóvel: Na hora de vender, a irregularidade será apontada e o valor de mercado do seu bem irá despencar.
Problemas com Inventário: A partilha de um imóvel irregular é muito mais complexa e cara para os herdeiros.
Regularizar a obra é um investimento na segurança jurídica e financeira do seu patrimônio.
O Passo a Passo de Como Regularizar um Puxadinho na Prefeitura
O processo pode parecer complexo, mas ao ser dividido em etapas, fica muito mais fácil de entender.
Passo 1: Contrate um Profissional Habilitado
Você não pode fazer isso sozinho. O primeiro e mais importante passo é contratar um arquiteto ou um engenheiro civil.
Esses profissionais são os únicos autorizados por lei a se responsabilizar tecnicamente por um projeto. Eles irão:
Analisar a legislação do seu município (plano diretor, código de obras).
Verificar se o seu “puxadinho” pode ser regularizado como está ou se precisa de adaptações.
Elaborar todos os desenhos técnicos (plantas) necessários.
Passo 2: Elaboração da Planta e Projetos
O arquiteto ou engenheiro irá medir toda a construção e criar a “planta do imóvel como está” (chamada de projeto as-built).
Este desenho técnico mostrará para a prefeitura exatamente o que foi construído, com todas as medidas e detalhes.
É com base nessa planta que a prefeitura vai analisar se a sua obra respeita os limites e regras da cidade, como recuos, taxa de ocupação e ventilação.
Passo 3: Requerimento na Prefeitura
Com o projeto em mãos, o profissional vai emitir um documento de responsabilidade técnica, chamado ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) para engenheiros ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) para arquitetos.
Com a planta e a ART/RRT, ele dará entrada no processo administrativo na secretaria de obras ou urbanismo da sua cidade, solicitando a regularização da área construída.
Passo 4: Análise da Prefeitura e Possíveis Ajustes
Os fiscais e analistas da prefeitura vão conferir se o projeto está de acordo com todas as leis municipais.
Nesta fase, eles podem pedir ajustes na planta ou documentos complementares. É um processo de “ida e volta” até que tudo esteja correto.
Passo 5: Pagamento das Taxas e Impostos
Uma vez que o projeto é aprovado, a prefeitura emitirá as guias para pagamento das taxas e impostos devidos. Os principais são:
ISS (Imposto Sobre Serviços): Um imposto municipal calculado sobre o custo da obra.
INSS da Obra: Uma contribuição para a Previdência Social, calculada sobre a mão de obra utilizada. A Receita Federal emite a CND (Certidão Negativa de Débitos) da obra após esse pagamento.
Passo 6: Obtenção do “Habite-se”
Após a aprovação do projeto e o pagamento de todos os impostos, a prefeitura emite o Habite-se.
O Habite-se é o documento mais importante. Ele é como a “certidão de nascimento” da sua construção, atestando que ela foi finalizada e está pronta e segura para ser habitada.
Passo 7: Averbação no Cartório de Registro de Imóveis
Com o Habite-se e a CND do INSS em mãos, o passo final é ir ao Cartório de Registro de Imóveis onde seu imóvel está matriculado.
Você vai solicitar a averbação da construção. Isso significa que o cartório vai atualizar a matrícula (o “RG” do imóvel), incluindo a nova área construída.
Somente após a averbação o seu “puxadinho” passa a existir oficialmente, e seu imóvel fica 100% regular.
Documentos Essenciais para a Regularização
Tenha uma lista de verificação para facilitar o processo:
Documentos Pessoais: RG e CPF do proprietário.
Matrícula do Imóvel: Cópia atualizada do documento do Cartório de Registro de Imóveis.
Comprovante de Propriedade: Escritura ou contrato de compra e venda.
Planta do Imóvel: Elaborada pelo arquiteto ou engenheiro.
ART ou RRT: Documento de responsabilidade técnica do profissional.
Carnê do IPTU: A capa, com os dados cadastrais do imóvel.
E se houver uma Lei de Anistia na minha cidade?
Fique atento às notícias da sua prefeitura. De tempos em tempos, muitos municípios criam uma Lei de Anistia.
Essa lei permite regularizar construções irregulares de forma simplificada e, muitas vezes, mais barata. Ela perdoa algumas infrações leves às regras de construção, desde que não afetem a segurança.
Se o seu puxadinho foi construído antes da data estipulada na lei de anistia, o processo pode ser muito mais rápido. Mesmo com a anistia, a contratação de um arquiteto ou engenheiro continua sendo obrigatória.
Quanto Custa para Regularizar um Puxadinho?
Não existe um valor fixo. O custo total para regularizar um puxadinho depende de vários fatores e é uma soma de diferentes despesas:
Honorários do Profissional: O valor cobrado pelo arquiteto ou engenheiro para fazer o projeto e acompanhar o processo.
Taxas da Prefeitura: Cada município tem suas próprias taxas administrativas.
Impostos (ISS e INSS): Este costuma ser o maior custo. É calculado com base no tamanho (m²) e no padrão da obra.
Embora exija um investimento, lembre-se que o custo da irregularidade (multas e desvalorização) é muito maior.
Evite Dores de Cabeça: O Caminho para a Tranquilidade do seu Imóvel
Regularizar um puxadinho pode parecer um caminho longo, mas é a única decisão inteligente a ser tomada. É um ato de cuidado com seu patrimônio, que garante segurança para sua família e valoriza o bem que você lutou para construir.
Encare esse processo não como um gasto, mas como o investimento final para que sua casa esteja completa e protegida perante a lei. Ao seguir os passos corretos e contar com ajuda profissional, você transforma uma preocupação em tranquilidade definitiva.
Este artigo possui caráter meramente informativo e não constitui aconselhamento jurídico específico. Cada caso possui particularidades que devem ser analisadas por um advogado.
NR Advogados Imobiliários | Apoio jurídico em questões imobiliárias.
FAQ - Perguntas Frequentes Sobre Como Regularizar um Puxadinho na Prefeitura
1. Como faço para regularizar um puxadinho na prefeitura?
Para regularizar um puxadinho, você precisa contratar um arquiteto ou engenheiro para fazer a planta da construção. Em seguida, ele dará entrada com o projeto e a responsabilidade técnica (ART/RRT) na prefeitura. Após a aprovação e pagamento de taxas (ISS, INSS), você obterá o Habite-se e, por fim, deverá averbar a construção no Cartório de Registro de Imóveis.
2. O que acontece se eu não regularizar um puxadinho?
Se não regularizar, você corre o risco de receber multas altas da prefeitura, ter a obra embargada ou até receber uma ordem de demolição. Além disso, não conseguirá vender o imóvel por financiamento bancário e ele ficará desvalorizado no mercado.
3. Preciso de advogado para regularizar um puxadinho?
Na maioria dos casos, o processo é técnico e conduzido por um arquiteto ou engenheiro. A consulta com um advogado imobiliário é recomendada se surgirem complicações, como multas já aplicadas, embargos, ou se o processo na prefeitura for negado indevidamente.
4. Quanto tempo demora para legalizar uma obra?
O tempo varia muito conforme a cidade e a complexidade do caso. Processos simples podem levar de 6 meses a 1 ano. Casos que exigem mais ajustes ou que dependem de uma lei de anistia podem demorar mais.
5. Qual a diferença entre Habite-se e Averbação?
O Habite-se é o documento da prefeitura que atesta que a obra está pronta e segura. A Averbação é o ato de registrar essa nova construção na matrícula do imóvel, no Cartório. Sem a averbação, o imóvel continua oficialmente com o tamanho antigo.