A História do Leilão de Imóveis no Brasil: Como a Legislação Evoluiu
Este artigo faz parte do nosso Guia Definitivo de Leilão de Imóveis
A história do leilão de imóveis no Brasil é uma trajetória de mais de 400 anos de transformações legais e sociais. Começou no período colonial com vendas de terras e evoluiu até os sistemas eletrônicos de hoje. Se você quer entender como surgiram os leilões de imóveis, quais leis regulamentaram a atividade ao longo do tempo, descobrir curiosidades fascinantes e ver como a legislação se transformou para acompanhar as necessidades econômicas do país, este artigo vai esclarecer tudo de forma simples.
Neste artigo, você vai descobrir:
- Como os leilões de imóveis começaram no Brasil no período colonial
- Fatos curiosos e históricos sobre leilões
- As principais leis que regulamentaram a atividade em cada época
- Por que as leis sobre leilões tiveram que mudar
- Como a profissão de leiloeiro se desenvolveu
- A revolução dos leilões extrajudiciais em 1997
- Como a tecnologia transformou os leilões
- Dados e números impressionantes dos leilões contemporâneos
Período Colonial: As Primeiras Vendas em Leilão
Os primeiros leilões no Brasil começaram no século XVI, durante a colonização portuguesa. O governo colonial usava leilões para vender terras, financiar empreendimentos coloniais e comercializar diversos tipos de bens. Era uma prática comum, mas desorganizada e sem regras formais.
As terras eram ofertadas em leilão para expandir o domínio colonial e atrair colonos. Esse modelo ajudou a moldar a ocupação territorial do país, mas funcionava de forma caótica. Não havia padronização: cada região funcionava de uma forma, dependendo da vontade de quem organizava o leilão.
Curiosidade Histórica: Onde Tudo Começou
Uma curiosidade fascinante é que os leilões têm origem muito mais antiga do que muitos imaginam. Os primeiros registros de leilões ocorreram na Babilônia por volta de 500 a.C., onde eram realizadas transações comerciais. Na Roma Antiga, já havia leilões sofisticados, e o martelo (símbolo do leiloeiro até hoje) era batido para confirmar as vendas desde aquela época.
A profissão de leiloeiro se profissionalizou apenas em 1556 na França, com a criação do cargo de “meirinho leiloeiro”, um funcionário responsável pela atividade. Assim, quando o Brasil começou com leilões coloniais, essa já era uma prática centenária na Europa.
Século XIX: Primeira Tentativa de Organização
Durante o século XIX, especialmente no Império, os leilões começaram a ganhar mais importância econômica. A necessidade de organização surgiu porque o país precisava de sistemas mais confiáveis para vender terras e bens.
Em 1851, o Imperador Dom Pedro II assinou o Decreto nº 858, que estabeleceu as primeiras regras para quem poderia atuar como agente de leilão. Essa foi a primeira tentativa oficial de organizar a atividade em nível nacional.
O decreto exigia que os agentes tivessem pelo menos 25 anos de idade, fossem domiciliados há mais de um ano no local e atendessem a outros requisitos. Mulheres, pessoas insolventes e estrangeiros não naturalizados não podiam exercer a função. Essas limitações mostram a preocupação em trazer mais seriedade ao setor, mesmo que refletissem as restrições da época.
O Decreto de 1851 foi um marco porque reconheceu que leiloar não era apenas vender algo em praça pública: era uma profissão que precisava de regras, responsabilidade e credibilidade.
O Primeiro Leiloeiro Profissional do Brasil
Um fato curioso da história é que o primeiro leiloeiro profissional registrado no Brasil foi o inglês J.J. Dodsworth. Ele chegou ao Rio de Janeiro em 1808, já no início do século XIX, e trouxe a experiência europeia de leiloaria para o Brasil. Dodsworth estabeleceu as primeiras práticas profissionais de leilão no país, muito antes da regulamentação formal chegar.
Esse detalhe mostra que os leilões no Brasil ganharam profissionalismo através da influência estrangeira, especialmente britânica, que já tinha séculos de experiência com a atividade.
Lei nº 1.083 de 1875: Primeiro Marco Regulatório Nacional
O marco inicial da regulamentação nacional dos leilões aconteceu em 1875, com a aprovação da Lei nº 1.083. Essa lei foi revolucionária porque estabeleceu as primeiras regras uniformes para leilões públicos em todo o Brasil.
Antes dessa lei, cada região do país funcionava de forma diferente. Não havia padronização de procedimentos, prazos ou responsabilidades. A Lei de 1875 mudou isso ao criar critérios únicos que valiam em qualquer lugar do Brasil.
Essa lei estabeleceu como os editais deviam ser publicados, quais informações precisavam constar, como os lances deviam funcionar e quais eram os direitos de quem comprava em leilão. Também definiu melhor a responsabilidade do leiloeiro perante as partes.
Uma curiosidade importante: na década de 1870-1880, jornais brasileiros já estampavam anúncios de leilões de mercadorias variadas, como livros, queijos, vinhos importados da Europa e utensílios diversos. Isso mostra que a Lei de 1875 regularizou uma prática que já estava crescendo naturalmente.
A Lei de 1875 trouxe previsibilidade para o setor. Em São Paulo e outras cidades importantes, os leilões passaram a funcionar de forma mais organizada e confiável. Isso facilitou o mercado imobiliário, permitindo mais transações e maior movimento econômico.
Decreto nº 21.981 de 1932: A Profissão de Leiloeiro Regulamentada
A profissão de leiloeiro foi oficialmente regulamentada em 19 de setembro de 1932, quando o presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto nº 21.981. Esse decreto foi um divisor de águas porque transformou o leiloeiro em um profissional reconhecido e responsável.
Essa data é tão importante que 19 de outubro é celebrado como o Dia Nacional do Leiloeiro em homenagem à publicação desse decreto. O decreto estabeleceu normas que continuam em vigor até hoje.
Antes do Decreto de 1932, qualquer um podia atuar como leiloeiro. Não havia controle, formação específica ou responsabilidade clara. A profissão era desorganizada, e muitas vezes as pessoas que leiloavam não tinham qualificação adequada.
O Decreto de 1932 mudou completamente isso. Passou a exigir que todo leiloeiro tivesse matrícula concedida pelas Juntas Comerciais. Estabeleceu requisitos claros: idade mínima, domicílio, capacidade civil, boa reputação e conhecimento das normas.
Uma curiosidade interessante: em 1933, apenas um ano após o decreto original, já havia alterações legislativas (Decreto nº 22.427/33) em resposta a reivindicações dos próprios leiloeiros. Isso mostra que a profissão logo se organizou e começou a fazer pressão para melhorias.
O leiloeiro passou a atuar como profissional com fé pública, o que significa que seus atos têm validade legal especial. Começou a responder civil, criminal e administrativamente por suas ações. Isso trouxe credibilidade e transparência nunca vistos antes.
O decreto também criou regras sobre como cobrar pelos serviços (comissão), como conduzir leilões, como registrar os atos, quais prazos seguir. A profissão ganhou corpo, estrutura e reconhecimento oficial.
Meados do Século XX: Popularização dos Leilões de Produtos
Entre as décadas de 1950 e 1970, os leilões se popularizaram como forma de vender produtos usados, principalmente veículos e equipamentos industriais. Esse período foi importante para a história porque marcou a transição: leilões deixavam de ser apenas para terras e começavam a englobar diversos tipos de bens.
Nessa época, ainda havia estigma em torno dos leilões. Muitas pessoas associavam leilões com massas falidas e quebras de empresas, o que não era totalmente equivocado, pois uma grande parcela dos leilões era de bens de empresas que haviam fechado. Os leilões ainda não tinham a reputação de atividade comercial normal que têm hoje.
Lei nº 9.514 de 1997: A Revolução dos Leilões Extrajudiciais
Um dos maiores avanços na história dos leilões de imóveis no Brasil aconteceu em 20 de novembro de 1997, com a promulgação da Lei nº 9.514. Essa lei revolucionou a forma como os leilões de imóveis funcionavam no país.
Antes de 1997, qualquer leilão de imóvel precisava passar pelo Poder Judiciário. Se um banco queria vender um imóvel porque o devedor não pagou, era necessário entrar com um processo na justiça, esperar a decisão do juiz, e só depois fazer o leilão. Isso tornava o processo longo (podia demorar anos) e muito caro.
A Lei nº 9.514 criou o sistema de alienação fiduciária de imóveis. Isso permitiu que credores (bancos, financeiras) retomassem imóveis sem precisar passar pelo Poder Judiciário. O processo ficou muito mais rápido e eficiente.
Com a alienação fiduciária, quando o devedor não paga, o credor pode consolidar a propriedade do imóvel em seu nome. Depois, realiza um leilão extrajudicial para vender o bem. Tudo isso sem necessidade de autorização de juiz.
Essa mudança foi importante porque desburocratizou o mercado imobiliário. Antes, os bancos tinham muito medo de emprestar dinheiro para financiamento imobiliário porque era muito complicado recuperar o dinheiro em caso de falta de pagamento. Com a Lei de 1997, ficou muito mais fácil. Isso facilitou o acesso ao crédito imobiliário para milhões de brasileiros.
Os leilões extrajudiciais devem ser realizados por leiloeiro autorizado, com publicação de edital e seguindo regras específicas. Mas não precisam passar por um juiz.
A Lei nº 9.514 marcou um ponto de inflexão: o Brasil passou a ter dois tipos de leilão de imóvel (judicial e extrajudicial) com regras diferentes, cada um adequado a uma situação.
Lei nº 13.465 de 2017: Proteção ao Devedor
Vinte anos após a Lei de 1997, surgiu uma preocupação importante: os direitos dos devedores. A Lei nº 13.465, de 2017, trouxe mudanças significativas para proteger quem estava perdendo o imóvel.
Passou a ser obrigatória a notificação pessoal do devedor sobre a realização do leilão extrajudicial. Antes, o devedor muitas vezes perdia o imóvel sem sequer saber que o leilão estava ocorrendo. Podia vender sem que ele tomasse conhecimento.
Essa lei mostrou uma evolução importante no pensamento jurídico brasileiro: a legislação não deveria apenas beneficiar credores. Precisava proteger também devedores, garantindo que tivessem oportunidade de se defender.
Lei nº 14.711 de 2023: Marco Legal das Garantias
Em 2023, a Lei nº 14.711 (Marco Legal das Garantias) trouxe novos aperfeiçoamentos. Essa lei modernizou ainda mais o sistema de alienação fiduciária.
A lei permitiu que alguém pudesse oferecer o mesmo imóvel como garantia de múltiplos empréstimos. Antes, só era possível usar um imóvel como garantia uma vez. Com a Lei de 2023, é possível usar a mesma propriedade várias vezes, desde que haja avaliação e documentação adequada.
Isso simplificou as regras sobre o que fazer com o dinheiro que sobra quando o imóvel é vendido por valor superior à dívida. Deixou claro que esse saldo deve voltar para o devedor.
Código de Processo Civil de 2015: Modernização dos Leilões Judiciais
Enquanto os leilões extrajudiciais avançavam, os leilões judiciais também foram modernizados. O Código de Processo Civil de 2015 (Lei nº 13.105/2015) trouxe novas regras para os leilões que acontecem dentro de processos na justiça.
O objetivo principal era tornar os processos mais rápidos e eficientes. As regras antigas davam muita margem para atrasos e desperdício de tempo.
O CPC de 2015 estabeleceu que leilões judiciais devem ser públicos, com edital detalhado, e podem ser realizados de forma eletrônica. Permitiu que pessoas de qualquer lugar participassem, não apenas quem podia ir presencialmente.
Leilões Eletrônicos: A Transformação Digital
A primeira grande mudança digital nos leilões brasileiros aconteceu em 26 de junho de 2015, quando a Lei nº 13.138 alterou o Decreto de 1932 para permitir leilões online. Isso formalizou legalmente o que a tecnologia já permitia fazer.
Mas a revolução do e-commerce e leilões online no Brasil tinha começado antes. Em 1999, o Superbid surgiu como a primeira empresa de leilões online da América Latina, democratizando o acesso e tornando a disputa ainda mais transparente. Isso foi quase 20 anos antes de a lei regularizar a prática!
A popularização da internet a partir dos anos 2000 transformou completamente os leilões de imóveis. Os leilões online mudaram a história dos leilões no Brasil de forma tão significativa quanto as grandes leis.
Antes, só podia participar de um leilão quem estava presente na praça onde ele acontecia. Se o leilão era em São Paulo e você estava no Rio, tinha que se deslocar ou mandar um representante. Isso limitava a concorrência.
Os leilões online permitiram que pessoas de qualquer lugar do Brasil (e até do exterior) participassem dos lances em tempo real. Bastava ter internet e computador. Isso aumentou enormemente a concorrência, o que resultou em imóveis sendo vendidos por preços maiores.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu normas regulamentando leilões eletrônicos. Exigiu que fossem realizados exclusivamente por leiloeiros credenciados, com sistemas de segurança, registro de lances, etc.
Essa evolução digital trouxe mais transparência, porque tudo fica registrado eletronicamente. Também trouxe mais eficiência: um leilão que demorava horas presencialmente agora podia acontecer em minutos online.
Os leilões eletrônicos representaram o ponto final da evolução histórica dos leilões: de vendas desorganizadas coloniais até sistemas de alta tecnologia.
Curiosidade: Casos Famosos de Leilões
A história dos leilões apresenta alguns casos curiosos e memoráveis. Um exemplo histórico fascinante é o do pintor Rembrandt em 1656. Ao enfrentar falência, Rembrandt organizou um dos primeiros leilões de “recuperação” pessoal para arrecadar fundos, vendendo suas obras. Isso mostra que leilões sempre foram usados como ferramenta de recuperação financeira.
Outro caso notável na história recente do Brasil foi o leilão do Hotel Nacional no Rio de Janeiro, um ícone da arquitetura modernista projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1972. O hotel enfrentou grave crise financeira, estava fechado desde 1995, e várias tentativas de venda tinham fracassado. O leilão foi a solução encontrada para resolver a situação dessa relíquia histórica.
Dados Impressionantes Recentes: O Boom dos Leilões
Um fenômeno surpreendente dominou o mercado imobiliário brasileiro nos últimos anos. De acordo com levantamentos recentes, o volume de leilões de imóveis cresceu exponencialmente.
Em 2022, a Caixa Econômica Federal tinha aproximadamente 7.700 imóveis disponíveis para leilão. Dois anos depois, em 2024, esse número saltou para 25.500 unidades. Isso representa um crescimento de 228% em apenas dois anos.
Esse crescimento reflete mudanças econômicas: muitos proprietários enfrentaram dificuldades para manter seus imóveis após períodos de crise e taxa de juros elevadas. O processo de retomada de imóveis e leilão não é rápido, e estava-se vendo os efeitos defasados da pandemia e das condições econômicas subsequentes.
Em 2024, os bancos brasileiros acumulavam um estoque de R$ 79 bilhões em imóveis retomados, equivalente a um terço de todos os empreendimentos lançados no país no ano anterior. Esse número astronômico mostra a dimensão do mercado de leilões contemporâneo.
Curiosidade: O Martelo do Leiloeiro
Um símbolo icônico da profissão é o martelo do leiloeiro. O martelo é batido desde o Império Romano para simbolizar a conclusão de uma venda em leilão e a transferência de propriedade. A batida do martelo é o momento solene que marca o fim da negociação e a aceitação da proposta.
A Bolsa de Valores do Brasil (B3) possui um martelo histórico que continua sendo usado em transações importantes. Esse instrumento simples carrega séculos de tradição e simboliza o poder da decisão e da transação comercial.
Evolução Comparativa: Passado, Presente e Futuro
Para entender melhor a história, é útil comparar como os leilões funcionavam em diferentes épocas:
Período Colonial (século XVI-XVIII):
- Sem regras formais
- Cada região funcionava diferente
- Desorganizado e favorecia quem tinha influência
Século XIX (1851-1875):
- Primeiro Decreto (1851) traz regras mínimas
- Lei de 1875 padroniza procedimentos
- Começa a haver confiabilidade
- Jornais já anunciam leilões regularmente
Século XX (1932-1997):
- Decreto de 1932 profissionaliza o leiloeiro
- Décadas 1950-1970: boom de leilões de produtos usados
- Lei de 1997 revoluciona com leilões extrajudiciais
- Mercado imobiliário expande significativamente
Século XXI (1999-2025):
- 1999: Superbid pioneiro em leilões online
- 2015: Lei regulariza leilões eletrônicos
- CPC de 2015 moderniza leilões judiciais
- Lei de 2017 protege devedores
- 2024: boom de 228% em leilões de imóveis
- Lei de 2023 simplifica alienação fiduciária
Essa progressão mostra que a história dos leilões no Brasil é a história de um sistema que evoluiu de forma consistente: começou caótico, tornou-se organizado, depois profissionalizado, depois modernizado, e finalmente digitalizado.
O que Mudou e Por quê
A história do leilão de imóveis no Brasil não é apenas uma lista de leis. É a história de uma sociedade que foi reconhecendo problemas e criando soluções.
No século XVI, havia problema de confiabilidade. A solução foi criar regras (Lei de 1875).
No século XX, havia problema de profissionalismo. A solução foi regulamentar a profissão (Decreto de 1932).
No final do século XX, havia problema de morosidade. A solução foi criar leilões sem passar pela justiça (Lei de 1997).
No século XXI, havia problema de desequilíbrio entre credores e devedores. A solução foi obrigar notificação (Lei de 2017).
Mais recentemente, havia problema de falta de acesso ao crédito. A solução foi simplificar garantias (Lei de 2023).
Cada mudança na lei reflete um problema identificado pela sociedade.
Para Finalizar
A história do leilão de imóveis no Brasil é a história de uma instituição que evoluiu continuamente. Começou caótica no período colonial, tornou-se organizada no século XIX, profissionalizada no século XX, modernizada no final do século XX e digitalizada no século XXI.
Cada grande mudança na legislação reflete um problema que a sociedade identificou e uma solução que foi criada. Isso mostra que o direito não é estático: se adapta às necessidades de cada época. O sistema de leilões hoje é muito mais eficiente, transparente e justo do que era há 400 anos. Mas isso não aconteceu por acaso. Aconteceu porque a legislação evoluiu, porque profissionais como leiloeiros e advogados especializados trabalharam para implementar essas mudanças, e porque a tecnologia permitiu novas formas de organização.
A história dos leilões no Brasil é, em grande medida, a história da modernização do país. Ver como um processo tão antigo e tão importante evoluiu nos ajuda a entender como a sociedade brasileira se desenvolveu ao longo dos séculos.
Desde o primeiro leiloeiro inglês que chegou ao Rio em 1808, passando pela profissionalização de 1932, pela revolução de 1997, até o boom digital de 2015 em diante, cada capítulo dessa história reflete as ambições, os desafios e as soluções encontradas pela sociedade brasileira.
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FAQ - Perguntas Frequentes Sobre A História do Leilão de Imóveis no Brasil
1. Como é a história do leilão de imóveis no Brasil e como a legislação mudou?
O Brasil começou com leilões desorganizados no período colonial. Criou a primeira regulamentação em 1875, regulamentou a profissão de leiloeiro em 1932, criou leilões extrajudiciais em 1997 e, nas últimas décadas, fortaleceu os direitos dos devedores. As principais leis são: Lei 1.083/1875, Decreto 21.981/1932, Lei 9.514/1997, Lei 13.465/2017 e Lei 14.711/2023.
Por que a Lei nº 9.514 de 1997 foi tão importante para a história dos leilões?
Porque eliminou a necessidade de passar pela justiça para leiloar um imóvel. Antes, qualquer leilão era judicial e demorava anos. Após 1997, leilões extrajudiciais ficaram possíveis, tornando o processo muito mais rápido e atraindo mais crédito imobiliário. Essa lei desburocratizou o mercado inteiro.
Qual foi o objetivo do Decreto nº 21.981 de 1932 e por que é celebrado?
Regulamentar a profissão de leiloeiro, exigindo matrícula nas Juntas Comerciais. O decreto transformou o leiloeiro em profissional de fé pública com responsabilidades claras. 19 de outubro é celebrado como Dia Nacional do Leiloeiro em homenagem a essa data.
Como a internet transformou a história dos leilões e quando começou?
O Superbid começou em 1999 como primeira empresa de leilões online da América Latina. Em 2015, a Lei nº 13.138 legalizou formalmente leilões eletrônicos. Isso permitiu participação de qualquer lugar, aumentando concorrência e transparência. Transformou uma atividade local em nacional.
Qual foi o crescimento dos leilões de imóveis nos últimos anos?
De 2022 a 2024, o volume de imóveis leiloados pela Caixa cresceu 228%, saltando de 7.700 para 25.500 unidades. Em 2024, os bancos acumulavam R$ 79 bilhões em imóveis retomados. Esse boom reflete dificuldades econômicas pós-pandemia e taxas de juros elevadas.