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Divórcio e Partilha de Bens Imobiliários: Regras em São Paulo

advogada especialista em Divórcio e Partilha de Bens Imobiliários SP
Advogado Imobiliário
Apoio jurídico em questões imobiliárias
Indice

O fim de um casamento já traz dor emocional suficiente. Mas quando há imóveis envolvidos, surge uma preocupação extra: como dividir esses bens de forma justa?

Em São Paulo, a partilha de bens imobiliários no divórcio segue regras específicas que variam conforme o regime de bens do casal. Muitas pessoas desconhecem seus direitos e podem cometer erros custosos.

Neste artigo, você vai aprender:

  • Como identificar qual regime de bens se aplica ao seu caso
  • Quais documentos são necessários para a partilha
  • Os custos envolvidos no processo em São Paulo
  • Como funciona a cobrança de impostos na partilha
  • Quando é possível fazer a partilha extrajudicial

Regimes de Bens e Seus Impactos na Partilha Imobiliária

Comunhão Parcial de Bens: A Regra Geral

comunhão parcial é o regime padrão no Brasil. Nesse sistema, apenas os bens adquiridos durante o casamento são divididos igualmente.

O que entra na partilha:

  • Imóveis comprados após o casamento
  • Financiamentos imobiliários assumidos em conjunto
  • Benfeitorias feitas em imóveis particulares

O que não entra na partilha:

  • Imóveis adquiridos antes do casamento
  • Heranças recebidas por um dos cônjuges
  • Doações feitas especificamente para um dos cônjuges

Comunhão Universal de Bens: Tudo se Divide

Na comunhão universal, todos os bens do casal são divididos, independente de quando foram adquiridos.

Isso significa que mesmo o apartamento que você comprou solteiro pode ser dividido no divórcio.

Separação de Bens: Cada Um com o Seu

Na separação total, cada cônjuge mantém seus bens individuais. A partilha só acontece com bens adquiridos em conjunto.

Atenção especial: A Súmula 377 do STF estabelece que no regime de separação legal obrigatória, os bens adquiridos na constância do casamento se comunicam.

Como Funciona a Partilha de Imóveis em São Paulo

Avaliação dos Bens Imobiliários

O primeiro passo é avaliar corretamente todos os imóveis do casal. Em São Paulo, existem três formas principais:

1. Avaliação por Tabela FIPE

  • Usada principalmente para veículos
  • Valor de referência oficial

2. Avaliação de Mercado

  • Feita por corretores credenciados
  • Reflete o valor real de venda

3. Avaliação Judicial

  • Realizada por perito oficial
  • Obrigatória em casos litigiosos

Formas de Divisão dos Imóveis

Divisão Igualitária (50/50)

Na maioria dos casos, os imóveis são divididos meio a meio. Cada cônjuge recebe 50% do valor de cada bem.

Adjudicação Exclusiva

Quando não é possível dividir fisicamente o imóvel, uma das partes pode ficar com 100% do bem, compensando a outra com dinheiro ou outros bens.

Venda e Divisão do Valor

Se nenhum dos cônjuges tem interesse no imóvel, ele pode ser vendido e o valor dividido.

Documentos Necessários para Partilha em São Paulo

Documentação Pessoal

  • Identidade e CPF de ambos os cônjuges
  • Certidão de casamento atualizada (até 90 dias)
  • Comprovante de residência atual
  • Pacto antenupcial (se houver)

Documentação dos Imóveis

  • Escritura ou compromisso de compra e venda
  • Matrícula atualizada do Cartório de Registro de Imóveis
  • IPTU em dia ou certidão negativa de débitos
  • Certidão negativa de ônus e alienações
  • Avaliação do imóvel por profissional habilitado

Documentação Financeira

  • Extratos bancários dos últimos 12 meses
  • Comprovantes de financiamento imobiliário
  • Declaração de Imposto de Renda dos últimos 3 anos

Custos da Partilha de Bens Imobiliários em SP

Taxas Cartorárias

O Tribunal de Justiça de São Paulo estabelece um escalonamento de custos baseado no valor dos bens:

  • Até R$ 100.000: Taxa mínima
  • De R$ 100.001 a R$ 500.000: Taxa intermediária
  • Acima de R$ 500.000: Taxa máxima

Impostos Incidentes

ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação)

Só incide quando há excesso de meação, ou seja, quando um cônjuge recebe mais que 50% do patrimônio.

ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis)

Regra geral: Não incide na partilha igualitária de bens no divórcio.

Exceção: Incide sobre o excesso de meação, que é considerado compra e venda.

Honorários Advocatícios

Em São Paulo, os honorários advocatícios para partilha variam conforme:

  • Complexidade do caso
  • Valor dos bens envolvidos
  • Necessidade de ação judicial

Partilha Extrajudicial vs Judicial em São Paulo

Quando é Possível a Via Extrajudicial

A partilha pode ser feita diretamente no cartório quando:

  • Não há filhos menores
  • Ambos os cônjuges concordam com a divisão
  • Não há disputas sobre valores ou bens
  • Ambos estão representados por advogados

Vantagens da Via Extrajudicial

  • Mais rápida: Processo em até 30 dias
  • Mais barata: Menores custos cartorárias
  • Mais sigilosa: Não vira processo público
  • Mais flexível: Horários mais convenientes

Quando é Necessária a Via Judicial

A ação judicial é obrigatória quando:

  • Há desacordo sobre a divisão
  • Existem filhos menores de idade
  • Um dos cônjuges não quer assinar o acordo
  • Há bens ocultos ou sonegação

Principais Erros na Partilha de Imóveis

Não Considerar Financiamentos

Muitos casais esquecem que as dívidas também se dividem. O financiamento habitacional deve ser considerado no cálculo da partilha.

Ignorar Benfeitorias

Reformas e melhorias feitas durante o casamento aumentam o valor do imóvel e devem ser consideradas na divisão.

Não Atualizar Documentos

Documentos desatualizados podem atrasar ou inviabilizar o processo de partilha.

Aceitar Avaliações Incorretas

Uma avaliação abaixo do valor real pode resultar em prejuízo financeiro significativo.

Prazos para Partilha de Bens em São Paulo

Via Extrajudicial

  • Preparação dos documentos: 15 a 30 dias
  • Escritura no cartório: 1 a 3 dias úteis
  • Registro no CRI: 15 a 30 dias

Via Judicial

  • Ação consensual: 6 a 12 meses
  • Ação litigiosa: 2 a 5 anos
  • Com recursos: Pode ultrapassar 5 anos

Situações Especiais na Partilha Imobiliária

Imóvel com Financiamento Ativo

Quando há financiamento em andamento, três caminhos são possíveis:

1. Transferência da dívida

  • Um cônjuge assume o financiamento
  • Necessária aprovação do banco
  • O outro recebe compensação

2. Quitação antecipada

  • Imóvel é vendido para quitar o saldo
  • Valor restante é dividido
  • Ideal quando há patrimônio suficiente

3. Manutenção conjunta

  • Ambos continuam responsáveis
  • Risco de inadimplência futura
  • Não recomendado pelos especialistas

Imóvel de Valor Ímpar

Quando o imóvel não pode ser dividido fisicamente e tem valor alto, as opções são:

  • Leilão judicial: Venda forçada pelo juiz
  • Venda consensual: Acordo entre as partes
  • Usufruto temporal: Um usa por período determinado

Impactos Tributários da Partilha

Para o Imposto de Renda

A partilha de bens no divórcio não gera fato gerador para o IR, desde que:

  • A divisão seja igualitária
  • Não haja excesso de meação
  • Os valores estejam devidamente comprovados

Para Futuros Ganhos de Capital

custo de aquisição do imóvel é mantido para cálculo de futuros ganhos de capital na venda.

Orientações Práticas para a Partilha

Antes de Iniciar o Processo

  • Organize toda a documentação com antecedência
  • Faça um inventário completo de todos os bens
  • Obtenha avaliações atualizadas dos imóveis
  • Quite pendências tributárias e contratuais

Durante a Negociação

  • Mantenha o diálogo civilizado sempre que possível
  • Considere valores sentimentais além dos financeiros
  • Pense no futuro dos filhos menores
  • Seja flexível em pontos menos importantes

Após a Partilha

  • Atualize os registros nos órgãos competentes
  • Comunique bancos e financeiras sobre as mudanças
  • Revise seguros e apólices dos imóveis
  • Organize documentos para futuras necessidades

O Que Você Precisa Saber Antes de Decidir

O processo de partilha pode se transformar em uma situação complexa se você não conhecer as regras específicas do estado de São Paulo.

Muitos casais paulistanos já enfrentaram dificuldades por não entender as diferenças entre os regimes de bens ou por não ter a documentação adequada em mãos.

A escolha entre a via judicial e extrajudicial pode fazer diferença de anos no tempo e milhares de reais nos custos. O conhecimento das regras tributárias também é fundamental para tomar decisões informadas sobre seu patrimônio.

Este artigo possui caráter meramente informativo e não constitui aconselhamento jurídico específico. Cada caso possui particularidades que devem ser analisadas por um advogado.


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FAQ - Perguntas Frequentes Sobre Divórcio e Partilha de Bens Imobiliários em SP

Na via extrajudicial, o processo leva de 30 a 60 dias. Na via judicial consensual, de 6 a 12 meses. Em casos litigiosos, pode demorar mais de 2 anos.

Não, quando a partilha é igualitária (50% para cada cônjuge). O ITBI só incide sobre o excesso de meação, considerado compra e venda.

Não. A lei exige que ambos os cônjuges tenham representação advocatícia, mesmo na via extrajudicial no cartório.

Nesse caso, é necessário entrar com ação judicial. O juiz pode determinar a partilha mesmo sem o consentimento da outra parte.

O financiamento deve ser considerado como dívida. Pode-se transferir para um cônjuge, quitar antecipadamente ou vender o imóvel para quitar o saldo devedor.

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